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domingo, 1 de julho de 2012

As políticas educacionais para os "excluídos"




Brasil!
Meu Brasil Brasileiro
Mulato inzoneiro
Vou cantar-te nos meus versos
Brasil, samba que dá
Bamboleio, que faz gingar...

  Brasil que não sabe o que faz, não sabe o que dá certo, não encontrou a fórmula do sucesso.
  É o país do samba, muito samba, futebol e festa. O Brasil vive épocas de experiências mal sucedidas, e se já não chegasse a ditadura; a era Collor, Zélia e PC Farias; o troca troca de moedas como Cruzeiro, Cruzado, entre outras; a progressão continuada; a corrupção que vira piada em humorísticos de TV; a intromissão excessiva religiosa no estado dito laico; a expansão de templos de alienação com dinheiro do povo miserável; o dilema do código florestal; a miséria no nordeste; o alto custo de vida; a falta de reforma tributária que se adeque às necessidades da população; a delinquência juvenil; as privatizações dos bens públicos; veio ainda para somar, a proposta das cotas raciais para ensino superior, e cotas para alunos da rede púbica. Após o abandono do ensino de base, negligenciado e jogado em mãos duvidosas, surgiram programas para tentar consertar os estragos, mas tentando agir no final do ciclo, no ensino superior. É como mandar um vestibulando de medicina executar uma neurocirurgia. Enquanto o ensino fundamental e médio continuam no lodo, inventam formas de incluir pessoas que não receberam uma formação escolar sólida,  diretamente para o ensino superior, cujos cursos demandam conhecimentos prévios que se adquire em um bom ensino de base. Ou seja, após milhares de jovens cursarem mal e porcamente o ensino fundamental e médio no caos da escola pública, empurrados sem sequer saberem ler e escrever corretamente, executar cálculos básicos, ignorando conceitos básicos da língua vernácula, e pior ainda de inglês, o governo quer que estes cursem Universidades cujos vestibulares sempre selecionaram os mais aplicados, ou seja, alunos que conseguiram uma formação adequada. Sabe-se que hoje alguns alunos de escolas particulares têm estudado o último ano do ensino médio em escola pública por conta dessa distribuição inadequada das vagas no ensino superior. E esse fato da implantação de cotas tem gerado controvérsias e ódio de muitos, dos que acham justo, mesmo não tendo a base necessária para tal, e de outros que se sentem injustiçados, pois enquanto os burgueses estudaram nas melhores escolas, os pobres e negros não tiveram as mesmas chances, mas existem pessoas desfavorecidas não negras. O processo histórico depreciou as pessoas afrodescendentes, mas também indígenas, e uma vez que tais cotas são destinadas para pessoas autodeclaradas negras surge outro grande problema, as variações de cor. Como classificar pessoas? Como fazer com irmãos de mesmo pai e mãe que tem cores diferentes? Assim como aconteceu com os irmãos gêmeos univitelinos Alex e Alan Teixeira da Cunha, filhos de pai negro e mãe branca, onde na ocasião um foi aceito e outro recusado na UNB, pois cada um foi classificado de uma cor, um branco e o outro negro. Isso mesmo, branco e negro, porque simplesmente resumem as pessoas em duas cores, mesmo sendo evidente as grandes variações presentes na população brasileira. Somente o mais escuro teria direito, mesmo o outro pertencendo a mesma classe social.
  E a constitucionalidade? Não somos todos iguais perante a lei? E o fato de "ser excluído", quem define melhor quem são os desfavorecidos? Aquele que não recebeu uma escola de qualidade? Mas e aqueles poucos oriundos da escola pública que conseguiram passar no vestibular? E os pobres ditos brancos, teriam que pagar por erros históricos cometidos por escravagistas do passado, que além de tudo envolviam os próprios africanos na captação de escravos? São tantos absurdos que eu desejo em breve me retirar do sistema educacional, pelo menos o público, onde se promove milhares de incompetentes todos os anos, e me faz sentir incompetente também. Desde o meu ingresso como docente nas escolas públicas, tenho visto de tudo que se possa imaginar, com uma clientela que dominou a escola, a fim de poder badernar a vontade e sempre atrasar o trabalho dos professores, a qualidade despencou, e alguns desses ditos "estudantes", depois querem aproveitar as chances que o governo oferece para grupos, porque não se esforçou individualmente. A qualidade desapareceu, vemos uma população degradada e assim, ingressam professores dessa mesma massa, que escrevem muito mal, que temem serem avaliados e não conseguem realizar com êxito uma avaliação de sua área, pois não tem domínio total de sua disciplina entre outros fatores que os impediriam de serem selecionados na rede privada. Tudo isso é o reflexo da situação das escolas, principalmente as periféricas, onde a desordem e a violência imperam. Um exemplo é o do material distribuído como bananas. Em minha época, os livros não eram distribuídos como são atualmente, havia uma escassez de recursos, já hoje, os alunos da rede estadual recebem livros de praticamente todas as disciplinas, porém, não os utilizam corretamente, quando não vandalizam esse material, porque não tem uma cultura de ler e aproveitar o conhecimento. Os professores não suportam mais, vivem insatisfeitos e os alunos driblando as aulas, porque não existe mais prazer no ensinar, nem no aprender, e toda essa democratização excessiva na educação junto ao rebaixamento da autoridade do professor contribuíram para destruir nosso sistema de educação. Assim, como teremos estudantes aptos a concorrer nas melhores universidades? Tive alunos do ensino médio que não sabiam sequer o que é uma fração simples, desconhecem muitas das palavras utilizadas aqui e vivem pela moda da periferia de músicas de baixo calão e outros modismos.
  E assim, os excluídos formam um grupo que vai além de estudantes, inclui professores sem dignidade e outros profissionais a raspar as sobras da panela. Porque será que o governo não oferece recursos adequados para projetar escolas ideais? Porque acharam mais fácil agir no final do ciclo, onde o número de estudantes é muito menor e a esmagadora maioria já foi parar nos subempregos pelo mundo afora. Eu apenas espero que a população entenda a sequência de erros e os objetivos do governo, porque na hora de discutirmos o fracasso no aprendizado de matemática, sempre alguém cita exemplos de engenheiros e outros profissionais estrangeiros que estão entrando no mercado de trabalho brasileiro por conta de nosso déficit de bons profissionais que aumenta a cada ano, mesmo com as novas políticas educacionais implantadas. Então? A carência é no ensino de base do cidadão ou nos quatro ou cinco anos de graduação?


Será um distúrbio socialista?
Da luta de classes para a luta de raças?
Deve-se facilitar o acesso para alguns em detrimento de outros?

Um comentário:

  1. A educação que recebemos e damos na escola esta a quem de preencher as necessidades que a sociedade venha almejar em sua contemporaneidade. E é fácil ver isso quando se está trabalhando nesse sistema, falta interesse pelo conhecimento por parte dos alunos, compromisso da família e motivação do profissional Professor que vai se esvaziando a cada ano.
    Neste sistema educacional criam-se muita resistência a novas propostas elaboradas pelo professor, o novo é combatido com perseguições e exclusões.
    É verdade também, que, no ambiente escolar é atribuidas tantas funções ao Professor, que ele poderia se dar ao luxo de dizer que tem mais de um emprego... Professor, Psicólogo, Policia, Baba, Carceireiro, Profissional do Entretenimento... e etc!
    Ao passo que a educação nas mãos de pessimos governantes vai se tornando algo sem valor, diante das necessidades e problemas que nossa sociedade vive, a edução se apresenta como solução necessária.

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