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domingo, 13 de maio de 2012

A ANOMIA DE UMA GRANDE PARTE DA SOCIEDADE ME ASSUSTA A CADA DIA

    Anomia é um conceito criado pelo sociólogo Émile Durkheim no seu livro "O Suicídio" e que designa um estado do indivíduo caracterizado pela falta de objetivos e pela perda de identidade. Segundo Durkhein, este estado é em grande medida originado pelas intensas transformações que ocorrem nas sociedades modernas e que não fornecem novos valores para colocar no lugar daqueles que por elas são demolidos.
       A partir do surgimento do capitalismo e da tomada da razão, como forma de explicar o mundo, há um brusco rompimento com valores tradicionais, fortemente ligados à concepção religiosa.
      A modernidade, com seus intensos processos de mudança, não fornece novos valores que preencham os anteriores demolidos, ocasionando uma espécie de vazio de significado no cotidiano de muitos indivíduos. Há um sentimento de se "estar à deriva," participando inconscientemente dos processos coletivos/sociais: perda quase total da atuação consciente e da identidade. Em suma, Durkheim com o conceito de anomia procura sintetizar a ideia de que o progresso constitui uma ameaça às estruturas éticas e sociais.
      Robert King Merton também se dedicou ao estudo na anomia. Para Merton, anomia significa uma incapacidade do indivíduo em atingir os seus fins culturais e ocorre quando, devido à insuficiência dos meios institucionalizados, o insucesso em atingir esses fins gera conduta desviante. É por isso que, segundo Merton, a maioria dos crimes são cometidos por membros das classes menos favorecidas.
      Vejo nossa sociedade se desintegrando, burlando normas e colocando em risco a ordem social, pois muitos indivíduos não temem possíveis punições ou então, perceberam rapidamente a fragilidade da segurança nas grandes populações para controlar atos que são considerados infrações "leves" pela maioria. E vejo ainda, que as condutas desviantes são as principais geradoras de doenças na população, desde transtornos fóbico-ansiosos e alguns desvios de caráter. Apesar de meu ceticismo, ainda acredito que as religiões possuem um importante papel na disciplina dos indivíduos, porém, sob a luz da razão, o temor pode cair por terra, e se não há bons valores e boas expectativas de vida o risco de se ver a anomia desenvolvendo-se é alto. 
       Vivemos em um mundo de pseudodemocracia, onde elege-se quem tem mais poder de marketing, ou seja, quem tem mais recursos e talvez também carisma ou até somente uma carinha bonitinha, fora a democracia de pequenas instituições, como por exemplos as escolas, onde se dá a democracia para quem ainda não deveria recebê-la tão facilmente por conta da imaturidade social e psíquica. 
        Vivendo entre outros Homo sapiens sapiens, só há uma coisa a se dizer: salve-se quem puder. As boas escolhas levam um precioso tempo para serem aprendidas pela maioria das pessoas, e seus contextos regionais/sociais variam bruscamente também influenciando fortemente na busca de objetivos e construção de identidade. Quais seriam as primeiras de muitas soluções para fazer  o melhor e esse ser aceito? Qual o destino de nossa sociedade? Chegamos em um nível de competição intraespecífico vergonhoso, onde um indivíduo quer superar o outro em banalidades, deixando a intelectualidade e a preocupação com o futuro de lado, praticando o modo individualista e banal de ser.









OU










Luciana Rebello

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