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quinta-feira, 17 de maio de 2012

Para quem diz que formiga faz bem para as "vistas"

FORMIGAS DOMÉSTICAS
 
    As formigas domésticas são tão nocivas para a saúde como as nojentas baratas. O problema é cultural: elas não causam o mesmo asco e temor, porque são pequenas e não enxergamos seus aspectos com detalhes. No entanto, elas têm a mesma capacidade de contaminar alimentos e ambientes com agentes patogênicos como fazem as baratas e são ainda mais difíceis de serem eliminadas. Elas passam por lugares contaminados, como lixo, secreções, cadáveres e esgotos, assim tornam-se vetores mecânicos de organismos patogênicos encontrados nesses locais, que podem acarretar doenças diversas, principalmente as relacionadas com problemas gastrointestinais, como diarréia e vômito, dessa forma, um alimento que ficou exposto a formigas deve ser desprezado. Além de causarem problemas em residências, restaurantes e lanchonetes, podem ser mais perigosas ainda em hospitais e clínicas. E comer formigas faz bem para a visão? Não! Não existem trabalhos científicos mostrando essa possibilidade, e não adianta dizer que nunca viu tamanduá de óculos! Portanto, você até pode comer formigas como a Içá ou Tanajura, sendo selvagens o risco é menor, mas frite bem... Tudo que é frito fica gostoso e o calor mata as bactérias!

Fatores de proliferação:
   As formigas se proliferam em um ambiente quando encontram disponibilidade de alimentos, restos e lixo; abrigos como paredes com tijolos vazados, brechas na construção e equipamentos eletrônicos (principalmente televisores e computadores); acesso em vãos estruturais, frestas e janelas. Como as formigas são pequenas elas têm muita mobilidade e facilidade para se instalar, ajudadas ainda pelo fato de que as pessoas não têm nojo e, por isso, não se preocupam em controlar um início de infestação.

Formas de controle:
      A principal forma de controle é a prevenção. A manutenção de um ambiente sempre limpo e a eliminação de pontos de entrada ou de abrigo são as melhores armas contra as formigas. Quando se observa uma infestação, o primeiro passo deve ser procurar ajuda de uma empresa especializada. Os especialistas no assunto alertam que o controle caseiro não vai resolver e pode agravar a situação. Existe uma grande variedade de espécies de formigas domésticas e se o controle não for feito de forma eficiente, pode acarretar uma multiplicação dos ninhos. Um dos erros mais comuns é fazer a pulverização com inseticida, pois, algumas morrerão, no entanto, outras perceberão a presença do produto e avisarão para a comunidade que, em resposta, fragmentará a colônia, fazendo surgir novos formigueiros em outros locais, fora o risco de selecionar formigas resistentes aos produtos.

FORMIGAS PODEM SER VETORES DE MICOBACTÉRIAS

        No Centro de Referência Professor Hélio Fraga da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ENSP) ocorreu a sessão científica “Avaliação de formigas como vetor mecânico de micobactérias em hospital especializado no atendimento de doentes de tuberculose”. Um dos trabalhos apresentados confirmou a presença de micobactérias veiculadas por formigas no ambiente hospitalar, representando potencial vetor mecânico destas para pacientes e profissionais de saúde.
    Segundo Ana Paula Macedo Ruggiero Couceiro, doutora em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da USP, a urbanização desencadeia a disseminação de artrópodes e, consequentemente, de doenças veiculadas por eles. As formigas são muito adaptáveis e se beneficiam com a convivência humana. Nos hospitais, elas podem ser vetores mecânicos de inúmeras bactérias, e a diversidade de espécies encontradas nestes ambientes causam preocupação pelo risco potencial à saúde pública.
    Algumas espécies de formigas são atraídas por instrumentos cirúrgicos e material hospitalar estéril. As formigas são prováveis vetores de microrganismos patogênicos e resistentes a antibióticos. As infecções hospitalares podem ser atribuídas à presença de formigas.
    Os objetivos do presente estudo foram verificar a presença e determinar as espécies de formigas encontradas em um específico ambiente hospitalar; verificar a contaminação de formigas com espécies de micobactérias, coletadas em hospital especializado em tratamento de tuberculose e identificar as espécies de micobactérias isoladas a partir de formigas através de métodos de biologia molecular.
    Para realizar esse estudo foram realizadas seis coletas de formigas em diferentes áreas do hospital, no período de 2009 a 2010 (203 coletas no verão e 44 no inverno), semeadas em meios de cultura Löwenstein-Jensen e Stonebrink para isolamento de micobactérias. As culturas sugestivas foram submetidas à coloração de Ziehl-Neelsen para bacilos álcool-ácido resistentes, identificação por métodos moleculares PRC para o gênero Mycobacterium, (PRA-hsp65 com o par de primers TB11 e TB12 gênero-específico e sequenciamento genético do DNA). Do total de 247 amostras de formigas coletadas e semeadas, 70% das formigas pertenciam à espécie Tapinoma Melanocephalum, 25% à espécie Dorymyrmex sp, 3% à espécie Camponotus sp e 2% à espécie Pheidole sp, dados similares com as pesquisas realizadas em hospitais.
    Quinze amostras apresentaram bacilos álcool-ácido resistentes de crescimento rápido. Nos métodos moleculares, 12 pertenciam ao gênero Mycobacterium. No PRA-hsp 65, e no sequenciamento genético do DNA, quatro amostras foram identificadas quanto à espécie (duas Mycobacterium chelonae, uma Mycobacterium parafortuitum e uma Mycobacterium murale), quatro micobactérias com resultados idênticos no PRA e não identificadas no sequenciamento e sugestivas de uma nova espécie, e duas amostras não identificadas. Mycobacterium chelonae isolada nesta pesquisa foi previamente descrita como agente causador de abscessos em humanos.
    Os resultados do estudo confirmaram a presença de micobactérias veiculadas por formigas no ambiente hospitalar, representando potencial vetor mecânico destas para pacientes e profissionais de saúde, principalmente em infecções hospitalares.

Fontes:
NEWS.MED.BR, 2012. Formigas podem ser vetores de micobactérias, aponta estudo divulgado pela Fiocruz. Disponível em: . Acesso em: 16 mai. 2012.



CURIOSIDADE:     

INDIANO CRIA FORMIGAS COLORIDAS DE FORMA SIMPLES
 
    O cientista indiano Mohamed Babu, 53, criou fotos incríveis de formigas coloridas, depois de fazê-las beber água misturada com açúcar e anilina comestível. Babu realizou o experimento ao reparar que as formigas, que têm a “pele” do abdômem translúcida, ficavam brancas após beber leite derramado na pia de sua cozinha. Durante a sessão de fotos, Babu notou ainda que as formigas preferiam o amarelo ao azul, verde e vermelho, contou ao jornal britânico “Daily Mail”.
    
Fica o ditado: você é o que você come!


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