O gênero Coronavírus, é um táxon de vírus de RNA simples, com capsídeo helicoidal e envelope bilipídico, e são vírus relativamente grandes. Sabe-se que no homem causam problemas cerebrais, intestinais como a gastroenterite, e respiratórios como o resfriado e uma pneumonia atípica, a SARS (síndrome respiratória aguda severa) uma doença mais grave. Porém, algumas espécies de coronavírus, também acometem outros mamíferos e aves, como os cães (coronavirose entérica canina) e os gatos (peritonite infecciosa felina). Nos animais destinados à indústria de alimentos, também ocorrem infecções importantes, é o caso de perus, galinhas e bovinos. E o que o coronavírus tem a ver com os morcegos?
Pesquisas no campo da evolução molecular, indicam que os morcegos foram os hospedeiros nos quais essa espécie viral surgiu pela primeira vez. Ou seja, além da preocupação com doenças já bastante conhecidas cujo morcego é o vetor, como a raiva que é provocada por um Lyssavirus
da família Rhabdoviridae, que causa encefalomielite aguda; e a infecção pulmonar histoplasmose causada pelo fungo Histoplasma capsulatum; o Coronavírus é um outro patógeno preocupante presente nesses animais. Pesquisas com morcegos insetívoros Miniopterus spp na China, identificaram os tipo 1 e 2 do vírus, e no continente americano, nos EUA, foram identificados nas espécies insetívoras Eptesicus fuscus e Occultus myotis. Pesquisas realizadas no Brasil, pelo Instituto Pasteur, em diversas espécies de morcegos brasileiros do sudeste, insetívoros e hematófagos; encontraram a estirpe viral tipo 2, nomeada aqui como BatCov DR/2007, no morcego vampiro Desmodus rotundus, um hematófago, que ataca vários animais, como aves e animais de grande porte como o gado bovino. Muitas espécies de morcegos são reservatórios assintomáticos para o coronavírus, e hoje sabe-se que à partir de um coronavírus ancestral, deram origem as linhagens atualmente encontradas.
Fonte: http://dx.doi.org/10.1590/S1413-86702008000600003
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